terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Loucura, susto, beleza e paixão.

A Loucura é bela. O susto é apaixonante. Pelo menos deixam o humano mais puro.
Ainda estou lendo O Idiota de Dostoievski. Mas não só isso. Comecei a suprir parte da minha vasta ignorância literária. Edgar Allan Poe. H. P. Lovecraft. Gostei mais do que li do primeiro. O gato preto. Conto de horror interessante. Li a Tumba de Lovecraft. Não foi a mesma coisa. Mas há de se respeitar quem tem uma legião tão grande de fãs e adoradores. Gente que acredita até nas obras fictícias que o autor criou para ilustrar passagens de suas obras.
Já Poe é de fato muito bom.
Assusta.
Os crimes da rua Morgue, policial aterrorizante, com aquele Orangotango assassino... O vilão era só um animal acuado. Um animal que teme ser hostilizado por um chicote, brinca de barbeiro com uma velhinha e sua filha. Mata as duas e, quando vê o dono, temeroso, tenta esconder sua bagunça. É um animal louco. Mas não da loucura bela, do susto apaixonante.
É realmente interessante. Sobretudo pela linha argumentativa que distingue razão de análise.
Escrevo matérias. Leio matérias.
Li uma sobre Blocos afro. O autor escreveu blocos afros. Neologismos da terinha. Inventam letras e histórias. Alvejaram meu pai com um petardo dia desses. Pulhas.
Sofro. Fisica e mentalmente. Mas quem não?
Queria desvendar a minha mente. Mas minto se digo o que sinto, já nos advertira Pessoa.
Ainda não acabei com Dostoievski. Me doeu saber que ele era epiléptico. Às mazelas mentais me solidarizo com facilidade. É o lado mais humano do homem. O que sofre mentalmente. Pois que este teme deixar de ser homem - ou sê-lo menos. É um lado bonito, frágil, doce.
As pessoas assustadas ficam muito bonitas. Uma beleza de alma. Não as que estão assustadas com outros, mas asque têm medo de si. Há uma beleza nisso.
Será que é por isso que tanta gente assusta os outros? tentando achar essa beleza?
Tristes parvos.
Não se encontra esta beleza de tal modo. Buscam álcool no lgar de água, como se fossem iguais, apenas por serem ambos líquidos e transparentes.
O susto frágil, como o que nasce de uma mazela mental, é um revelador de uma pureza indelevelmente individual.
O susto provocado é uma grosseria, uma agressão. O avesso da beleza. É Sadismo. E Sade é um monstro estúpido. Apenas talentoso, mas nem por isso menos monstro ou menos estúpido.
Gosto ainda mais de Dostoievski. Ele é o Idiota. O príncipe Míshkin. E eu não sabia.
Descobri que tenho um parente, alguém próximo, que é epiléptico. Ou foi. É uma pessoa com seus defeitos. Mas me tornei a ele mais simpático quando soube disso.
Tenho uma afeição pela loucura e uma queda por hospitais e enfermarias.

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