sábado, 17 de janeiro de 2009

Ainda sem computador

Da casa de minha mãe.
Sinto-me como no tempo em que não havia celular. Para se comunicar com alguém era preciso ter um telefone fixo ou usar um orelhão. Hoje, sem internet em casa, as coisas são um pouco parecidas. O acesso sem fio, de qualquer parte, ainda é utópico, mas já começa a existir, até em recantos primitivis como Salvador - quando isso acontecer, ficar sem internet vai ser um caos ainda maior. Mas mesmo hoje, quando isso não é real, não ter acesso à rede de casa é algo inconcebível. Só me dei conta disso com um computador queimado há alguns dias. Nem as aulas de André Lemos, as leituras de Pierre Levy - e mesmo as suas aulas presenciais lá na Facom. Nada disso me foi suficiente para dar uma idéia clara do significado pleno do termo acessibilidade. Realmente, o acesso a uma parte do mundo me foi fechada. É como se uma biblioteca imensa me fosse negada o tempo inteiro. Não é mais possível sanar dúvidas bobas que surgem nas nossas mentes a todo momento na velocidade de um clique - ou alguns, para ser mais realista. Não é mais possível ver o significado daquela palavra... a letra inteira daquela música... a versão verdadeira daquela história ... É lamentável ter que admitir uma tamanha dependência tecnológica - ou não - como diria Caetano. Para continuar parafraseando, nem tão apocalíptico nem tão integrado, citando Eco. É uma tecnologia adorável e, sem dúvida, se reclamo aqui não é dela que o faço, mas da sua falta.
Nesses dias tive tanto queescrever. O piloto herói que, saindo de La Guardia, em Nova Iorque, teve o seu avião, com 155 pessoas a bordo, abalroado por um pássaro, turbinas em fogo. Meia volta, mas não daria tempo. O avião cairia na cidade, antes de chegar ao Aeroporto. Eis que o piloto alinha com o Rio e faz um pouso perfeito nas águas geladas. Ninguém se machucou. Quatro ou cinco pessoas foram internadas, mas por hipotermia. Enfim, um herói.
Tinha mais para falar. A posse de Obama. A ONU e sua insignificante atuação - pelo menos até agora, no conflito entre Israelenses e Palestinos. A relação entre Obama e o conflito. Ele promete ajuda... a Israel... Esperto, não?
Enfim. Veremos como fica o mundo. Por enquanto, o meu está limitado. Sem internet, escrevo assim, quando posso, da casa de um amigo ou de um parente. Do trabalho é que não dá. Me sinto mal. Acho errado. Bobagem? Talvez. Mas eu não gosto. E Lan House... aí, nem pensar. É como pagar por um copo de água.
Sem mais, até...

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