sábado, 31 de janeiro de 2009

In Vino Veritas. Americanos, bahh.... saudades de mestre Mencken

Henry Louis Mencken foi um dos maiores jornalistas da história desta laboriosa profissão. Viveu até os anos 50 (56, mais precisamente) e criticou política, arte, sobretudo cultura,no sentido socialmente mais amplo do termo. Foi uma glasnost, nas palavras de Paulo Francis - o nosso Mencken Brasileiro. Mencken era um mestre em radiografar sistemas, coisas, pessoase povos, mais que tudo, ainda bem, o povo americano.

Bom, vamosao vinho, ao néctar, à seiva das linhas de hoje, vez que, como já consagraram os antigos, In Vino Veritas.

Ao longo de décadas, durante as quais acompanhou o que há de mais imbecil nos Estados Unidos - seus presidentes -, Mencken pôde, como poucos, notar a fragilidade coginitiva e moral desta tíbia raça que até hoje nos domina - nós, não os Brasileiros, mas o mundo como um todo. Em alguns de seus pensamentos, essa noção fica clara.
Pensemos: como é comum hoje, para nós, terráqueos do século XXI, consumidores de cinema e seriados americanos, do Amercan-Way-Of-Life, que em tudo nos circunda - venha de Nova Iorque ou do Canindé -, como é mesmo prosaico vermos, como realidade eterna, pétrea, basal, o fato de ser in, cult, chique, un act de noblesse même, o fato de se beber vinho - tinto de preferência - seco, inevitavelmente. Na Europa é costume milenar. Nos Estados Unidos nem poderia sê-lo, pois é nação de séculos, como a nossa. Pois bem. Revela Mencken, entretanto, que o é de poucas décadas e nos mostra onde e porque está a raiz do beber vinho como "forma de ser mais" para os americanos. E, como sempre, o faz com classe e em em uma frase, onde analisa a lei seca imposta naquele basto e vasto país, nos idos de 30 e tantos. Ei-la cá:

"Antes da proibição, o povo americano bebia pouquíssimo vinho".

E depois, ainda se acha quem fale que os vinhos californianos, sempre novos, de frágil bouquet e, acima de tudo, sem personalidade, são, segundo tais cultores, melhores que alguns franceses. Eles que sonhem em se comparar aos Argentinos. Não. Uruaios e olhe lá. Isso, se não levarmos em conta a uva Tanat. Pois aí, até dos Uruguaios eles perdem...

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