sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Menos 15 quilos depois

Este é o meu tempo atual. Menos 15 quilos depois. Algo como antes e depois de Cristo. Meu marco zero foi os 90 quilos, peso soberbo, estúpido para uma pessoa de apenas 1,73m de estatura. Hoje peso 75. E caindo...
Esse emagrecimento, que se deu em pouco mais de três meses, e foi, portanto, bastante perceptível, até mesmo para mim, me fez refletir sobre o que escrevo aqui agora.
Quando pensei em emagrecer, queria, como querem todos, mais saúde, uma estética melhor e, no meu caso, que trabalho no vídeo, mais oportunidades profissionais, além de menos chances de passar por ridículos cotidianos.
Hoje, 15 quilos a menos depois, percebo que o que consegui, além de tudo aquilo que almejava, é o que realmente faz a mim e a todos que emagrecem mais felizes. Não é a saúde, a estética, a sensação deleveza. Não. É algo que vem com isso e está, ao mesmo tempo, muito além. É algo mais profundo, que perpassa os anseios de todos os seres humanos e, por isso, provoca efeito tão forte.
Virei outra pessoa.
Todos precisam o tempo inteiro ser outra pessoa. Alguns fazem isso sendo gentis no trabalho e tiranos domésticos - ou vice-versa. Outros, optam por ter duas famílias, trair a mulher. Os mais convencionais satisfazem-se em tornarem-se cavaleiros medievais, em suas armaduras metalizadas de quatro (ou duas) rodas, no trânsito, gritando, fechando, xingando e até mesmo atirando nos outros.
Mas ao me olhar no espelho hoje, enquanto escolhia uma roupa quatro númerosmenor do que eu usava há apenas três meses, percebi que é possível obter a mesma satisfação - a da transformação, apenas emagrecendo. E é disso, creio, que todos, mesmo sem saber, mais gostam ao emagrecer. Tornar-se outro. Olhar no espelho e não reconhecer seu rosto. Perceber-se mais jovem. Ver as roupas antigas deixarem de servir. Ver algumas mais novas, que dois meses antes você comprou pensando "será que vai caber algum dia?" irem junto pro passado, com a arroba que se foi.
Há várias formas de ser outro. Emagrecer, no início, parece difícil. Mas o prazer de ser outro vale todo o esforço. Só temo que, depois de atingida a meta final do meu emagrecimento (que não colocarei aqui, para poder mentir que era outra inferior a ela, caso não a alcance), eu queira virar outro de novo. Desta vez, engordando. Enfim, são os riscos da vida.
Até.

Um comentário:

Ângelo disse...

Porra, dá até raiva ler isso quando eu estou mais mil quilos depois.

euheuheuhe

Gostei do texto, poderia sabotá-lo, pois você me disse a sua meta, mas não vou fazê-lo.
uehuehue

Abraço