Esses dias ouvi no rádio – emissão nacional – um apresentador, âncora de TV também, declarar-se contra o voto. Até aí tudo bem ... É como na marcha da maconha: opinião pode, só não pode acender o baseado. Mas o preclaro colega queria mais era pôr fogo na babilônia. “Não voto, nem sei onde está meu título e não dá nada pra mim.”
Boniiiiito....
E o estado democrático de direito? Só vale para a terceira pessoa – o ele e nunca o eu? E quando o mesmo apresentador, ora em pele de anarcopunk, decide trajar-se qual vestal da honradez para caçar bruxas em figuras (para lá de merecedoras, aliás) como os Nardoni ou o Paulinho da Força? O mesmo pau que dá em Chico dá
Ronaldinho então ... coitado!
Antes tivesse feito como o colega Edmundo animal que, tempos idos, passou com o carro por cima de meio mundo de gente. Ia bêbado, violando a lei, além do corpo e da vida alheios. Ronaldo não violou corpo nenhum, foram quatro horas no motel com tudo consensual e a vida era dele.
Esses caras... Até parece que querem matar alguém. É o que acontece em reinos onde imperam vaidade, poder e impunidade. Mundos como o do Psicopata Americano. Clássico dos anos 90, esse cult, talvez o melhor no estilo rodado nos Estados Unidos naquela década, conta a história de um poderoso executivo, vivido por Cristian Bale. A loucura do poder, da competição sobretudo, levam o rapaz – a vaidade encarnada – a migrar sua psicose social: de predador corporativo a tiranossauro físico, passando a metralhar, triturar, cortar pessoas em banda no machado. No final, mamãe vem e limpa tudo. Vaidade, poder, impunidade. Ingredientes que fazem psicopatas predadores, como o do filme, o Austríaco Fritzl, que enclausurou e estuprou a própria filha por 24 anos seguidos num porão, ou – porque não – os jornalistas poderosos (e ricos, vale lembrar) de hoje em dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário